A justiça social é parte integrante da pauta política e econômica e, obrigatoriamente, da agenda social, além de ser um compromisso ético e de fé. 

A problemática da justiça social está presente na história da humanidade, e podemos identificá-la já na primeira organização social contida na Bíblia (a partir de 1.800 a.C.). A coisa mais importante era a sobrevivência e o bem-estar da coletividade e, por isso, a justiça social é Projeto de Deus para todos nós, humanos e demais obras criadas, sendo a justiça, portanto, a concretude do Reino.  

A justiça é o novo nome da paz, como disse Santo Agostinho ao comentar o Salmo 85. “O fruto da justiça é a paz” (Is 32,17).

O compromisso pela justiça, pela paz e pela transformação social tornou-se, através do Sínodo dos Bispos de 1971, sobre “A Justiça no Mundo”, e das Conferências latino-americanas dos Bispos em Medellín e Puebla, uma dimensão constitutiva da evangelização, ou seja, a evangelização tem de assumir a dimensão sociotransformadora como essencial, ou não é evangelização. Hoje, o Papa Francisco amplia essa compreensão para todo o cuidado com a nossa “Casa Comum”, o planeta Terra, e com todas as espécies de vida. 

A Ordem Dominicana – que tem como lema Veritas (Verdade) –, consequentemente, assume o ministério da Justiça e da Paz como uma de suas prioridades missionárias em âmbito internacional; no Brasil, a partir dos gritos e desafios que a realidade do povo nos apresenta. 

Já há décadas essa perspectiva de evangelização é assumida, particularmente em nosso país, em âmbito de Família Dominicana, tendo, inclusive, uma estrutura organizacional própria: a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, composta por leigas, leigos, religiosas e frades. 

Hoje, suas principais bandeiras são: ação política, direitos humanos, ecologia, juventudes, formação e educação, espiritualidade libertadora e articulação interna. Esta Comissão possui um Secretariado Nacional em Goiânia.